Fala tecladista! Tudo bem? Aqui é a Raquel Xavier, do Aprenda Piano pra te mostrar um arpejo dos sonhos, que vai te surpreender.
Nós tecladistas quando vamos a um lugar com música ao vivo, seja um culto, um show ou até mesmo a um recital, a primeira coisa que procuramos é quem? O pianista/tecladista!
É incrível como os nossos ouvidos já ficam atentos ao que está sendo tocado. Então o músico vai lá e faz um arpejo daqueles que você pensa: “Uau, quanta técnica e agilidade!”
Pra você que já toca, provavelmente os arpejos que aprendeu foram apenas de acorde maior ou menor, e aposto que não viu muita graça neles.
Então aproveite e fique com a gente até o fim desse conteúdo e se surpreenda!
Hoje, vamos aprender um arpejo que vai elevar seu nível musical e mudar seu pensamento sobre ele.
SOBRE O ARPEJO
Você sabe o que é um arpejo? A palavra arpejo vem do italiano arpeggio que nada mais é do que tocar um acorde nota por nota, sucessivamente e não todas juntas.
O que, provavelmente, você já está acostumado a fazer é montar o acorde e pressionar as teclas juntas, mas para o arpejo vamos tocar diferente, uma atrás da outra.
Se temos o Dó Maior que é composto por Dó – Mi – Sol, para arpejar ele eu preciso tocar primeiro o Dó, depois o Mi e logo em seguida o Sol.
Teste aí pra ver como já muda a sensação do acorde!
Lembrando que o arpejo pode ser de dois tipos, ascendente ou descente, veja como fica a sequência de notas nas duas formas:
- Ascendente: Dó – Mi – Sol
- Descendente: Sol – Mi – Dó
Isso é tranquilo, lembre sempre que o ascendente começa da primeira nota do acorde e o descendente da terceira (última) nota do acorde.
Nessa primeira parte tente fazer o arpejo de Dó Maior em todas as oitavas do seu teclado, indo (ascendente) até o final do teclado e voltando (descendente) até o começo dele.
PS: Importante! Faça o mesmo exercício com a mão esquerda. 😉
FORMANDO O ACORDE
Para o nosso arpejo vamos usar um acorde com 7M (sétima maior) e 9 (nona).
“Raquel como eu vou montar isso? Esse acorde é muito difícil!”
Fique calmo que o acorde 7M (9) não é um bicho de sete cabeças, vamos descomplicar rapidamente para você!
Veja esse exemplo com o Sol Maior. A tríade de Sol Maior é: Sol – Si – Ré.
Metade do acorde já está pronto, o que precisamos é colocar a 7M (sétima maior) e a 9ª (nona).
A 7M (sétima maior) de Sol é Fá#, olhe na escala:
Sol – Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá#
1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7
Se você tem alguma dúvida com relação a sétimas temos um artigo que vai te ajudar: Conheça os tipos de acordes com sétima.
A 9ª (nona) de Sol é Lá, observe a escala:
Sol – Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá# – Sol – Lá
1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9
CONSTRUÇÃO DO ACORDE
Então vamos lá, é hora de montar o acorde!
- G : Sol – Si – Ré
- 7M : Fá#
- 9 : Lá
Observe como o acorde ficou distribuído no teclado.
Muita nota, não é mesmo? Podemos ocultar algumas, para que assim seja mais fácil e também tenha a sonoridade que estamos procurando!
Para esse arpejo vamos usar:
- 1 – 5 – 7M – 9
- Sol – Ré – Fá# – Lá
Agora podemos fazer a inversão do acorde e chegaremos lá!
INVERSÃO DE ACORDES
Para fazer a inversão do acorde, usaremos:
- 9 – 5 – 7M – 1
- Lá – Ré – Fá# – Sol
Faça diversas inversões e aproveite a que melhor encaixar em sua mão ou a que apresentar o som mais agradável.
Agora, vamos determinar um dedo para cada nota!
Talvez no início você tenha dificuldade com a abertura da mão, ou seja, parece que seus dedos não vão alcançar, mas não desanime, continue treinando e observe que com o tempo você irá conseguir cada dia mais, e em breve estará tocando esse arpejo tranquilamente.
Veja a imagem e compreenda onde seus dedos devem estar posicionados:
GANHANDO AGILIDADE NO ARPEJO
Agora que já sabemos o acorde e como executar, vamos treinar! O segredo para ser ágil e ter um som limpo do acorde é: Usar o metrônomo.
Comece com BPM (batidas por minuto) baixo e vá aumentando aos poucos, sugiro que seja de 5 em 5. Se conseguir tocar bem no 60 BPM, aumente para 65 BPM e vá até o máximo que conseguir.
Inicie o arpejo em duas oitavas, depois em três, até fazer no teclado todo. Você consegue!
NA PRÁTICA: HORA DE APLICAR
A primeira possibilidade e mais óbvia é usar o arpejo em cima do seu próprio acorde, se vamos usar o acorde de G7M(9), então como arpejo pensamos logo em usar ele com o G, não é? Isso é exatamente o que eu faria!
Outra possibilidade é colocar o arpejo em cima do dominante.
Por exemplo: Vamos supor que temos a seguinte progressão de acorde:
G – Em – D – C
O D é o acorde dominante e sobre ele podemos executar o arpejo como improviso.
Dependendo do tempo que durar seu arpejo pode cair já no acorde de C, isso irá acontecer se o mesmo for executado em todo o espaço de tempo de D.
Já se usar pouco espaço de tempo do D, ainda vai ter que continuar tocando o acorde até cair em C. 😉
FINALIZANDO
Não tenha medo do arpejo!
Teste várias possibilidades de inversão sobre outros acordes, intercalando entre o modo ascendente e descente.
Você não precisa mais apenas sonhar com a beleza de um arpejo de qualidade, agora com esse conteúdo você também pode realizar.
Espero que eu tenha te ajudado a aumentar sua visão com relação ao arpejo.
Se você gostou deixe seu comentário e claro, se tiver alguma dúvida estamos aqui para te ajudar. 😉
Abraço e até a próxima!
Raquel Xavier